Honda Bros usa motor e conforto para vencer concorrente

Honda Bros usa motor e conforto para vencer concorrente

Veja na integra comparativo da Uol Carros.

Há buracos na sua rua? Você pega estrada de terra? Curte a natureza? Se você respondeu sim a uma dessas três perguntas, deveria colocar Honda NXR 160 Bros e Yamaha XTZ 150 Crosser na lista de opções para sua próxima moto. Para ajudá-lo a decidir qual vai para sua garagem, confrontamos os dois modelos na cidade, na estrada e na concessionária, com os respectivos custos de aquisição e manutenção. 

Apesar de indicadas para o mesmo tipo de consumidor, cada modelo tem DNA próprio. No caso da Bros, R$ 9.650, a vocação para o fora-de-estrada é marcante, como prova seu para-lama dianteiro elevado e as linhas da carenagem, típicas de modelos aventureiros. Já a Crosser, R$ 9.350, segue proposta mais urbana, denunciada pelo para-lama rente à roda. O visual moderno, com linhas agressivas e até um pequeno "bico de pato", está mais para uma funbike descolada.

Os painéis também refletem um pouco da personalidade de cada uma. Quem prioriza a agilidade, e curte acompanhar o trabalho do motor nas trocas de marcha, será feliz com a da Yamaha. Já a rival mostrou ser melhor companheira para pegar a estrada.

Doni Castilho/Infomoto
Os 2 cv e o 0,34 kgfm a mais podem parecer pouco, mas dão boa vantagem à Honda Bros na estrada; perfil baixo e guidão menor deixam Yamaha Crosser mais ágil nas curvas

Motores de um cilindro

A semelhança de motorização é grande, já que ambas usam propulsor monocilíndrico flex. O da Honda é 10 cc maior, e oferece mais potência: são 14,7 cv (a 8.500 giros), 2 cv a mais que o da Yamaha. Na prática, a é preciso acelerar um pouco mais para manter a Crosser em boa velocidade.

Outro ponto a favor da Honda é o torque máximo de 1,6 kgfm (a 5.500 rpm), contra 1,26 kgfm (a 6.000 giros) da Yamaha. Esses números justificam a diferença de desempenho na estrada, principalmente transportando garupa em aclives ou com vento contrário. Na cidade, o melhor torque da Bros é percebido pelo menor número de troca de marchas -- o câmbio, assim como o da Crosser, é de cinco velocidades --, o que gera maior conforto ao piloto.

As duas também apresentam baixo consumo. Conduzidas em ritmo moderado (90 km/h) e abastecidas apenas com gasolina na estrada, a Bros cravou 46 km/l, enquanto a Crosser ficou nos 40 km/l. Em perímetro urbano, o consumo aumentou para 35 e 32 km/l, respectivamente. 

No tanque da Bros cabem 12 litros, o que permite rodar mais de 400 quilômetros sem precisar reabastecer. Como o da Crosser comporta um pouco além, 12,5 litros, a autonomia de ambas é semelhante. Ao parar no posto de combustíveis, surge outra diferença: enquanto a trail da Honda conta com uma bela tampa no padrão aeronáutico, mais segura e prática para abrir sem precisar tirar as luvas, a da concorrente usa abertura convencional.

Diferenças de ciclística

O banco em dois níveis, com generosa camada de espuma, dá pegada mais agressiva à Yamaha Crosser. A postura, com o corpo jogado à frente, instiga o piloto a inclinar mais nas curvas, o que a deixa mais ágil que a rival nas constantes mudanças de direção exigidas pelo trânsito das grandes cidades. A Bros, por sua vez, oferece guidão mais largo e posição relaxada dos braços, sendo mais "comportada" ao pilotar . A suspensão macia contribui para o conforto. 

Doni Castilho/Infomoto
Ambas motos usam rodas raiadas de 17 polegadas na traseira e 19 na dianteira. Yamaha optou pelo pneu Metzeler Tourance (R$ 371 o jogo); Honda usa o Pirelli MT 60 (R$ 438)

Outra vantagem do modelo da Honda está nos freios, que contam com discos nas duas rodas (240 mm na dianteira e 220 mm na traseira). O da Yamaha usa apenas um de 230 mm na roda dianteira, optando pelo velho tambor, no caso de 190 mm de diâmetro, na roda traseira. Esse detalhe causa diferença sensível na pilotagem, principalmente em relação ao espaço de frenagem.

 

Manutenção e garantia

Todo piloto sabe a importância do ajuste da corrente. Se o da Crosser é idêntico ao usado na DT 180 (motocicleta clássica dos anos 1980), o da Bros é mais moderno e simples. Por outro lado, a Yamaha se mostrou mais cuidadosa na proteção do amortecedor traseiro, instalando uma capa protetora para evitar que os detritos do pneu atinjam a peça.

Na concessionária, o comprador da Honda conta com três anos de garantia e um programa que inclui sete trocas de óleo grátis – condicionado à fidelização da revisão. Quem optar pela Crosser terá direito a garantia de um ano, mas pode contar com o plano de revisões programadas, com preços fechados até os 30 mil quilômetros.

Preços de peças e serviços:

  • Garantia - Honda Bros: 3 anos; Yamaha Crosser: 1 ano.
  • Pastilha dianteira - Honda Bros: R$ 115; Yamaha Crosser: R$ 100.
  • Pastilha Traseira - Honda Bros: R$ 75; Yamaha Crosser: R$ 90 (lona).
  • Luz de seta esquerda - Honda Bros: R$ 32; Yamaha Crosser: R$ 48,90.
  • Manete esquerdo - Honda Bros: R$ 23; Yamaha Crosser: R$ 19.
  • Retrovisor - Honda Bros: R$ 48; Yamaha Crosser: R$ 23.
  • Guidão - Honda Bros: R$ 86; Yamaha Crosser: R$ 100.
  • Troca de óleo (2l, filtro e mão de obra) - Honda Bros: R$ 23,80; Yamaha Crosser: R$ 47,30.
  • Total - Honda Bros: R$ 402,80; Yamaha Crosser: R$ 428,20.

Conclusão

A Honda Bros mostrou ser uma moto um pouco mais racional e completa que a Yamaha Crosser, pois garante viagens com mais conforto e segurança para ultrapassagens, devido à maior força do motor. Além de tudo, bebe menos combustível. É a opção ideal, por exemplo, para quem mora em uma cidade e trabalha/estuda em outra, situação que demanda o uso de estradas com trânsito mais rápido.

Já a rival se sente mais à vontade na cidade. Mais baixa e com visual mais ousado, é ótima escolha para quem precisa manobrar com maior desenvoltura e, é claro, que gastar um pouco menos na hora da compra.

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